O que se pode fazer dentro de um quarto, entre quatro paredes, uma cama e uma geladeira com apenas álcool? Não quero me transformar. Estou com uma ânsia de mudanças por algo que eu não desejo.
Me sinto meio perdida aqui neste lugar, eu estou no lugar certo?
Minha última lembrança foi de estar junto com alguém que eu amo, até um certo alguém me der um papel escrito com este provável endereço e depois, acordo aqui. O que houve? O que estou fazendo aqui?
Sinto leves mãos tocando meu cabelo, tento segurá-las, mas elas estão longe demais. Ou melhor, elas não existem mais.
Isto aqui realmente é real? De onde veio aquelas mãos? Eu juro que senti aquelas mãos acariciando meus cabelos!
O medo está gritando ao meu redor e sinto meu coração bater mais forte. Sim, eu estou com medo.
A minha lembrança vai e volta e eu não sei mais no que pensar.
Novamente, as mãos. Mas desta vez elas estão a minha cintura, como se estivessem me chamando para uma dança e eu aceitei.
Aos poucos, foi surgindo uma pessoa ali, formando através daquelas belas mãos suaves.
Era aquele que eu amava.
Mas por que ele estava tão sombrio? Ele estava em carne e osso, mas estava tão gélido, estava tão branco...
Seus cabelos esvoassavam por causa do vento forte que batia por uma pequena abertuda daquele quarto.
Eu ainda estava com medo, mas eu não queria gritar, por mais que o medo gritava, a saudade apertava ao ver aquele rosto tão intenso me envenenando e a segurança estava naquele corpo que me carregava para a dança.
Aquele espírito... Era ele. Mas pergunto novamente: Por que ele estava tão sombrio?
Ele sempre foi daquele jeito? Será que eu estou em um sonho?
No meio da dança, o espírito sorriu para mim e sumiu. Simplesmente sumiu. Me senti desesperada, a vontade de gritar veio à tona mas eu ficava muda, paralisada vendo a fumaça de uma pessoa querida fugindo de minhas mãos, fugindo do meu toque.
Por que me deixara fazer isto?
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