Talvez era para ser assim... Perder alguém, ou melhor, um cachorro, tão fácil assim. Eu o judiei em seus primeiros dias por ciúmes e foi nos seus últimos dias que reparei sua importância.
Foi um péssimo dia, admito. Me senti culpado por tê-lo perdido. Então... Sabe quando suas lágrimas escorrem pelo seu rosto e você só repara quando molha a sua boca? Ou quando você não consegue levantar da cama para fazer qualquer coisa? Eu me senti assim. Só que eu precisava do último adeus, do último "eu te amo".
A força inexistente naquele dia cresceu, mas ainda tive que ir rastejando para poder vê-lo.
- Não acredito que eu o perdi! Ele é para sempre! - Eu berraa para toda a vizinhança ouvir.
Cheguei na veterinária e só de falarem o nome dele, uma lágrima caia.
Ele estava na geladeira e ao tirarem de lá e o colocarem na mesa, o meu mundo acabou. Quando eu pensei que não existia mais lágrimas... Eu desabei de tanto chorar. Meu pai teve de me segurar. Era o último segundo da minha felicidade.
Apenas isso.
O resto era apenas escuridão.
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