quinta-feira, março 11, 2010

Despedidas nem sempre bem-vindas

E quem diria que em cada coração partido existe a esperança.
Somente mais um dia para o álcool completar a falta que você me faz. Meu cigarro vai acabando, assim como minha vida também.
Estou me debruçando ao meu último segundo, procurando meu último brilho no olhar e meu último sorriso de paz.
Não desejo que continue meu fim, quero que isso seja o início, ainda preciso viver muito.
As drogas me viciam enquanto eu vejo o dia passar. Não são drogas comuns, essa minha droga não tem nome e ainda não tem cura, nem mesmo em uma reabilitação.
Deixe-me terminar a vida feliz, meu último gole me chama e minha última batida grita.
Final do jogo.
Perdi a vida, perdi meu anjo, perdi minha família. Perdi apenas tudo que eu chamava de nada.
O barulho da sirene me encomoda, aqueles sussuros avisando de minha ida ecoam em meus ouvidos.
Foi a última respiração e a última lágrima e sorriso exposto após minha droga declarar seu amor.
"Eu te amo."
Apenas tudo o que eu precisava para partir em paz.
O último beijo em minha pele gélida e sensível com seus lábios quentes.
E assim a última batida se tornou a penúltima.
TUM-TUM...
Não resisti..
Te vejo outro dia, meu espírito ainda vive.

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